Viver para Deus
Texto: Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver
para Deus. (Gálatas 2.19).
INTRODUÇÃO
O
último parágrafo do capítulo dois da Epístola em estudo apresenta algumas
palavras em destaque. As palavras que apresentam elevado grau de importância para
a compreensão do texto são: lei, justificação e fé (Gl 2.17-21).
O
termo lei no presente texto corresponde a Lei de Moisés e sua interpretação
realizada pelos israelitas. Segundo os expositores da Lei de Moisés a observação
da mesma outorgava a justificação do pecado.
Já
o termo justificação corresponde ao ato de declarar alguém culpado ou inocente.
E por
fim, a palavra fé que é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova
das coisas que não se veem (Hb11.1).
Em suma, quando se trata da fé, podem ser citadas
três dimensões que se relacionam com o elo da fé, são elas:
Fé Natural - todas as pessoas dizem possuir uma fé e é
claro que a possuem, porém tal fé é nomeada de fé natural ou comum.
Fé Salvífica - É a fé da entrega total, quem possui este
tipo fé não consegue viver sem Jesus.
Fé Sobrenatural – é a fé que remove montanhas.
I – VIVER PARA DEUS.
1- Indica que ocorreu
regeneração.
Regeneração é o ato em que Deus outorga uma nova vida a pessoa que aceitou
Jesus como Salvador. De fato a regeneração é o nascimento espiritual em que uma
pessoa recebe o Espírito Santo, pois a efetuação do novo nascimento é realizada
pelo Espírito Santo.
Jesus
(Jo 3.3-5) afirma que ninguém pode entrar no céu sem a regeneração.
A regeneração é inseparável do
arrependimento, pois o arrependimento é um ato de contrição profunda do
coração, pela culpa de uma ação cometida com desejo de deixar o erro e praticar
o bem.
Viver para Deus indica que houve a
transformação do ser humano e a palavra chave para resumir tal verdade bíblica
é “salvação”.
E a relação entre regeneração, santificação e
glorificação no que corresponde a salvação é definida da seguinte maneira: “regeneração
é a salvação do espírito; santificação é a salvação da alma, e glorificação é a
salvação do corpo”.
2- Indica que houve
justificação.
O salário do pecado é a morte (Rm 6.23), sendo assim Deus não poderia
justificar o ímpio comprometendo a lei, por isso, o ser humano é justificado
por causa dos méritos de Jesus e não pelas obras da lei (Gl 2.16).
Para
Paulo a doutrina da justificação pela fé foi motivo para a escrita de duas
epístolas, Romanos e Gálatas, pois havia membros da igreja que defendia a
justificação pelas obras da lei (Gl 2.16). Já para Martinho a justificação pela
fé era artigo importante para a igreja se conservar de pé ou chegar a cair.
Portanto,
todos os que confiam em Jesus são declarados justificados, ou seja, justos. Porém,
o método da justificação é divino, porque a justificação realizada pelos seres
humanos só pode justificar um (o inocente) e condenar o outro (culpado), já a justificação
divina justifica o culpado e não é baseada nos méritos e sim na misericórdia.
II – CRISTO VIVE EM MIM.
Para
João Calvino a frase “Cristo vive em mim” escrita por Paulo tem significado
duplo. Sendo que o primeiro significado corresponde ao apóstolo Paulo ser governado
pelo Espírito Santo, e o segundo, indica que Paulo era participante da justiça
de Deus, isto é, Paulo era aceito aos olhos de Deus.
1- Os cristãos são
guiados pelo Espírito Santo. Conforme as narrativas das cartas paulinas
percebe-se que os que nasceram em Jesus Cristo são guiados pelo Espírito Santo
(Rm 8.14). Porém, Paulo apresenta uma condição indispensável para a compreensão
do texto (Rm 8.14) é não estar vivo para a carne. A palavra carne na Bíblia se
apresenta de vários sentidos: por exemplo, nascimento segundo a carne (Rm 1.3),
os que estão na carne não podem agradar a Deus (Rm 8.8) e fraqueza da carne (Gl
4.13). As palavras que definem o termo carne “sarx” seriam: ordem natural e
ações que não agradam a Deus.
2- Vida que agora
vivo na carne.
Paulo não estava descrevendo uma ação pecaminosa. O que o apóstolo estava
descrevendo era a respeito da nova vida que o mesmo agora estava desfrutando em
Cristo Jesus.
Com
a queda de Adão três heranças foram outorgadas a humanidade que foram; a culpa,
a corrupção e a morte. A segunda delas “corrupção” relaciona com a interpretação
de muitos na frase em questão, porém, o que Paulo trata não é o termo “sarx”,
carne, mas a palavra “soma” vida no corpo.
CONCLUSÃO
Só
há salvação pelos méritos de Jesus, porque se a morte dEle é a redenção, então
a humanidade estava cativa. Se a morte é a expiação porque a humanidade era
culpada. E por fim, se a morte dEle é purificação é porque a humanidade estava
impura.
Logo,
o pecado cometido por Adão proporcionou prisão, isto é, o cativeiro,
proporcionou também culpa e impureza. Mas, graça a Deus que salva o indivíduo do
domínio do pecado, basta que o mesmo, aceite a Jesus como único e suficiente
Salvador.
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