A Salvação
na Páscoa Judaica
O objetivo geral da
presente lição é saber que a libertação dos israelitas
vislumbrava um plano divino maior: libertar e salvar a humanidade;
e como objetivos específicos: mostrar como se deu
a instituição da Páscoa; explicar a importância e o significado do cordeiro da
Páscoa; e, tratar a respeito da relevância e do significado do sangue do
cordeiro na Páscoa.
A verdade prática
ratifica que a libertação do povo israelita vislumbrava um
plano divino maior: libertar e salvar a humanidade. Percebem-se três motivos que explicam o
porquê Deus escolheu povo de Israel: primeiro motivo, Israel foi escolhido para
mostrar a glória de Deus ao mundo; em segundo, Deus escolheu a nação israelita
para outorgar ao mundo as Escrituras Sagradas, e por terceiro, Deus escolheu a
nação de Israel para entregar o Salvador ao mundo. Sendo que na páscoa judaica
a salvação em Cristo é apresentada de maneira figurada.
Três são os pontos de
contato entre o professor e o aluno: a páscoa, o cordeiro e o sangue.
A
INSTITUIÇÃO DA PÁSCOA
No Egito os israelitas foram conduzidos às
regiões férteis, logo os anos de dor não correspondem aos 430 anos. Para
compreender esta veracidade percebe-se que de Gênesis 50. 26 a Êxodo 1.8 há uma
abrangência de mais ou menos, 300 anos. “Depois,
levantou –se um novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José, o qual disse
ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é muito e mais poderoso do que
nós” Êx. 1.8,9.
Ao passar os 300
anos, e com uma nova liderança sobre as terras egípcias os israelitas foram
submetidos a trabalhos pesados, porém quanto mais os israelitas eram afligidos
tanto mais se multiplicavam (Êx 1.11,12).
Logo, foi tomada uma
segunda medida contra os israelitas, sendo a ordem do rei do Egito às parteiras
das hebreias para matar os meninos para que o número de homens dos israelitas
não aumentasse. Assim Sifrá e Puá desobedeceram à voz do rei por temerem a Deus
(Êx 1. 15-17).
As perseguições aos
israelitas despertaram os mesmos para clamarem ao Senhor e o clamou subiu a
Deus. E os resultados foram (Êx 2. 24,25):
a)
“e lembrou – se Deus do seu concerto com...” o
termo lembrou – se, utilizado no texto não quer dizer que Deus tinha
esquecido-se da promessa feita ao patriarca Abraão, mas que os israelitas tinham
esquecido da promessa recebida de Deus e por isso enveredaram por caminhos que
desagradava a Deus, como por exemplo: a idolatria egípcia.
b)
“e atentou Deus para os filhos de Israel” quando o texto
utiliza a termologia que atentou, refere que a ação de Deus em atentar para os
israelitas correspondia a reparar, observar, prestar atenção, refletir e até
mesmo ficar atento nas consequências do clamor dos israelitas, isto é, se os
mesmo tinham se arrependido dos seus pecados e se de fato teriam voltado para o
Senhor.
c)
“e conheceu – os Deus” ao atentar para os filhos de Israel Deus os conheceu e
visualizou no povo o arrependimento e o sofrimento.
O atender de Deus
para com as orações dos israelitas se concretizou na saída dos filhos da
eleição do Egito para a Terra Prometida, fenômeno espiritual e social que se
notabilizou historicamente por ser conhecido de páscoa.
Champlin comenta
sobre a dupla significação da páscoa:
A
redenção dos judeus da servidão do Egito, como uma questão histórica, que
envolve, naturalmente, muitas implicações e símbolos morais e religiosos...
Festa da natureza. A páscoa incluía uma festa agrícola que envolvia as
primícias (ver Lev 23.10) oferecidas ao templo, em Jerusalém, em tempos
posteriores (2014, p. 100).
Então se compreende
que a páscoa foi o último juízo de Deus sobe o Egito e a libertação dos
israelitas da escravidão egípcia por meio sacrifício pascal.
A
palavra portuguesa páscoa vem do termo hebraico pesach, cujo sentido é passar
por sobre, uma referência à páscoa original, relatada no livro de Êxodo, quando
o anjo da morte passou por sobre os filhos de Israel, mas destruiu todos os
primogênitos do Egito (CHAMPLIN, 2014, p.102).
O
CORDEIRO DA PÁSCOA
O cordeiro que seria
sacrificado deveria ser sinônimo de perfeição, logo não deveria ter manchas,
ser imaculado, ser saudável e limpo. O termo cordeiro identifica outro fator
determinante, o animal deveria ser virgem o que não corresponde com o carneiro,
animal reprodutor.
Já na Nova Aliança o
profeta João ao olhar para Jesus expressou a seguinte frase: és o cordeiro de
Deus que tira o pecado da humanidade (Jo 1.29). Jesus foi o sacrifício
perfeito, entregue pela humanidade uma única vez, pois na morte de um justo a
salvação veio ao mundo.
Quando a descrição a
respeito de Jesus é definida como cordeiro de Deus permite compreender que o
Messias não teve relações sexuais, a descrição permite compreender que Jesus
foi imaculado também no que corresponde ao uso do corpo.
O
SANGUE DO CORDEIRO
O sangue tem como
significado na Bíblia, vida. O sacrifício de animais na Antiga Aliança
correspondia com o restabelecimento da paz entre Deus e os homens, sendo esta
ratificada mediante o derramamento de sangue. Já na Nova Aliança o sangue de
Jesus outorga como direito aqueles que se entregam a Deus o trono da graça.
A morte de Jesus na
cruz permite compreender o ministério sacerdotal do Messias, assim como entender,
ser Jesus o próprio sacrifício. Portanto, com base nos escritos da Carta aos
Hebreus nota-se a superioridade do sacerdócio de Cristo pelos seguintes pontos:
a) Os sacerdotes da
Antiga Aliança entravam no tabernáculo terreno, sombra do tabernáculo
celestial, enquanto Jesus entrou nos céus, no verdadeiro Santo dos Santos (Hb
4.14).
b) Os sacerdotes da
Antiga Aliança ofereciam um sacrifício que se repetia a cada ano, isto é,
sacrifício que não era eficaz. Já Jesus ofereceu a si mesmo como sacrifício,
sendo este verdadeiro e eficaz (Hb 7.27; 9.23,28).
c) Logo, o sacrifício
de Jesus tornou-se o melhor de todos, por finalizar os sacrifícios (Hb
9.13-10.18). Por fim, Jesus torna mediador de um pacto novo e maior que o
antigo (Hb 8.6).
Referência:
CHAMPLIN. R.N. Enciclopédia
de Bíblia, Teologia e Filosofia. Volume 5. São Paulo: Hagnos, 2014.
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