Igreja Perseguida
Os acontecimentos que
descrevem o segundo período da Igreja correspondem com a morte de João até o
Edito de Constantino, 313 a.D. Para Hurlbut neste período ocorreu a formação do
cânon do Novo Testamento, desenvolvimento da organização eclesiástica e o desenvolvimento
da doutrina.
Porém, não se pode
esquecer é que neste período a perseguição foi desenvolvida com ímpeto para
destruir a fé cristã.
Os imperadores de
Roma eram reconhecidos como divindades e deveriam ser temidos e perante os
mesmos o povo deveria se curvar, porém para os cristãos apenas um era digno de
ser adorado e ter aos seus pés alguém encurvado, e este era Jesus Cristo.
A adoração ao imperador era considerada como prova de
lealdade. Nos lugares mais visíveis de cada cidade havia uma estátua do
imperador reinante, e ainda mais, a essa imagem era oferecido incenso, como se
oferecia aos deuses. Parece que em uma das primeiras epístolas de Paulo há uma
referência cautelosa contra essa forma de idolatria. Os cristãos recusavam-se a
prestar tal adoração, mesmo um simples oferecimento de incenso sobre o altar.
Pelo fato de cantarem hinos e louvores e adorarem a "outro Rei, um tal
Jesus", eram considerados pelo povo como desleais e conspiradores de uma
revolução (HURLBUT, p. 48,49).
Compreende que neste
período há o destaque histórico em que há ênfase aos pais da Igreja: os pais
apostólicos, os pais apologistas e os pais polemistas.
Os pais da Igreja assim são designados os teólogos e
pensadores cristãos dos seis primeiros séculos de nossa era (ANDRADE, p.
200).
Pais apostólicos: estes tiveram contato direto ou indireto com os apóstolos, viveram no
primeiro e segundo século, entre eles: Policarpo e Papais que viveram por bom
tempo ao lado de João o evangelista. Escritores
cristãos que sucederam os apóstolos na condução da Igreja de Cristo. Sua
principal tarefa foi manter pura a doutrina transmitida pelo colégio apostólico
formado pelo Senhor Jesus (ANDRADE, p. 200).
Pais apologistas: foram os que desenvolveram toda suas habilidades para defenderem
teologicamente as doutrinas Bíblicas. Destaque para Tertuliano e Justino.
Sobre Justino escreve
Hurlbut:
Justino Mártir era filósofo antes de se converter, e
continuou, ensinando depois de aceitar o Cristianismo. Era um dos homens mais
competentes de seu tempo, e um dos principais defensores da fé. Seus livros,
que ainda existem, oferecem valiosas informações acerca da vida da igreja nos meados
do segundo século. Seu martírio deu-se em Roma, no ano 166 (HURLBUT, p. 63).
Pais polemistas: veementemente respondiam aos hereges condenando os ensinos dos mesmos.
Destaque para Irineu e Cipriano.
O Edito de
Constantino ou edito de Milão reconhecia e facultava o direito de cada
indivíduo seguir a religião que escolhestes.
O segundo período do
cristianismo pode ser assim resumido:
Um dos efeitos produzidos pelas provações por que
passaram os cristãos desse período, foi uma igreja purificada. As perseguições
conservavam afastados todos aqueles que não eram sinceros em sua confissão de
fé. Ninguém se unia à igreja para obter lucros ou popularidade. Os fracos e os
de coração dobre abandonavam a igreja. Somente aqueles que estavam dispostos a
ser fiéis até à morte, se tornavam publicamente seguidores de Cristo. A
perseguição cirandou a igreja, separando o joio do trigo (HURLBUT, p. 63).
Referência:
ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico, com definições etimológicas e locuções latinas.
Rio de Janeiro: CPAD, 1997.
HURLBUT, Jesse Lyman. História da Igreja Cristã. São Paulo: Editora Vida, 2001.
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