Deus é Fiel

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terça-feira, 3 de abril de 2018

Doutrina: A Trindade em nosso favor


A Trindade em nosso favor
Texto: Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça e paz vos sejam multiplicadas (1Pe 1.2).
A saudação de Pedro para com os cristãos dispersos abrange ações da Trindade em prol da salvação dos seres humanos. A doutrina da Trindade ensina que há um único Deus existente em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. A presente declaração torna-se notável quando o apóstolo associa a eleição à presciência do Pai, a santificação como atuação direta do Espirito Santo e a transformação por intermédio da atuação de Jesus no calvário, pois foi ali que Ele derramou o sangue para outorgar salvação.
Salvação versus eleição
1- Compreendendo a descrição: eleição. O termo eleição do grego προγινωσκω significa, já conhecer ou ter conhecido no passado, em outras palavras significa prever ou antever. Para Robinson “somente para Deus, conhecer de antemão, talvez com a ideia de aprovação; usado para o perfeito pré-conhceimento de Deus como ligado aos seus eternos desígnios” (p.776).
A eleição didaticamente pode ser dividida e entendida da seguinte maneira:
a) A eleição é preventiva. Isto é, Deus utiliza vários meios para impedir a operação do mal na vida daqueles que o teme.
b) A eleição é permissiva. Isto é, Deus outorga liberdade ao homem para que este realize as escolhas conforme o livre-arbítrio que possui. 
c) A eleição é diretiva. Deus outorga liderança sobre a vontade humana.
d) A eleição é determinativa. Isto é, Deus executa conforme a sua soberania (PEDRO apud POMMERENING, 2017, p. 89).
2- Eleição e predestinação. Já para Andrade a doutrina da salvação deverá ser compreendida com base em João 3.16, sendo assim descrita: “a predestinação é universal. Ou seja: Deus, em seu profundo e inigualável amor, predestinou todos os seres humanos à vida eterna. Ninguém foi predestinado ao lago de fogo que, conforme bem o acentuou Jesus, fora preparado para o diabo e aos seus anjos. Mas o fato de o homem ser predestinado à vida eterna não lhe garante a bem-aventurança ao lado de Deus. É necessário, pois que ele creia no Evangelho. E, assim, será havido por eleito. Por conseguinte, a predestinação é universal; e a eleição é particular” (ANDRADE, p.207).
3- A presciência de Deus. A presciência divina se associa a dois fatores determinantes, que são: o amor eterno de Deus e o propósito de Deus para com o seu povo, neste caso a nação de Israel e à Igreja. Conforme o versículo 3, o amor de Deus é concretizado em sua presciência que se define por grande misericórdia, que nos gerou para uma viva esperança.
A santificação é um elo da salvação
A santificação tem início no começo da salvação do cristão. E esta santificação só é possível graça a ação divina em doar o seu único filho para salvar a humanidade (Jo 3.16).
Conforme os Escritos Sagrados à santificação se dá mediante a fé conforme a obra redentora de Jesus; “para lhes abrir os olhos e convertê-los das trevas para a luz e da potestade de satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim” (At 26.18).
Também se dá mediante a palavra de Deus. “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17).
A santificação progressiva também se dá mediante uma vida de oração, “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.9). Assim também como no frequentar a igreja, pois na congregação os santos se reúnem para louvarem a Deus, buscarem a face de Deus e aprenderem de Deus mediante o ensino da Escritura Sagrada.
Por fim, santificação se inicia na aceitação do cristão a Cristo, porém tem o seu clímax e perfeição no retorno de Jesus para buscar a igreja, isto é, no arrebatamento.
Salvação corresponde com a ação direta de Cristo na cruz
Três palavras tornam-se importantes para a compreensão da salvação correlacionada com a ação direta de Jesus Cristo na cruz, são elas: consumação, vicária e reconciliação.
1- Consumação. A palavra grega Tetelestai tem como significado está consumado, em outras palavras está pago. Jesus no calvário exclamou: está consumado. Logo, percebe-se que Jesus disse que estava paga a dívida que limitava os que creem a se aproximarem de Deus.
2- Vicária. A cruz não era para Jesus, então o Messias é o substituto, por ser o substituto percebe-se que a morte de Cristo na cruz é vicária, isto é, substitutiva.
3- Reconciliação. O termo presente para definir reconciliação no NT grego é καταλλαγή que resumidamente significa troca ou mudança, isto é, com base na mensagem do Novo Testamento percebe-se que corresponde com a troca de inimizade para amizade. De fato a reconciliação é possível por meio do favor divino.
Portanto, é necessário saber que a morte de Jesus foi uma expiação pelos pecados da humanidade. Expiar o pecado é cobri-lo, apaga-lo e perdoar o transgressor. A morte de Jesus também foi uma propiciação, isto é, foi o aplacar da ira de Deus. Em terceiro a morte de Jesus foi uma substituição (Rm 5.6). Por fim, a morte de Jesus na cruz foi e é redenção e reconciliação para todos aqueles que se aproximam da mensagem do evangelho.
Referência:
ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico, com definições etimológicas e locuções latinas. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.
POMMERENING, Claiton Ivan. A obra da Salvação, Jesus Cristo é o caminho a verdade e a vida. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

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