Apocalipse capítulo:
1 – Compreendendo o propósito da escrita do livro
O livro de
Apocalipse inicia-se com a palavra revelação (v.1), que determina os propósitos
de Deus e a pessoa de Deus. São 404 versículos distribuídos em 22 capítulos,
contabilizando 12.000 palavras. Obra escrita no ano 96 d.C pelo evangelista
João “o qual testificou da Palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, e
de tudo o que tem visto” (v.2). A palavra
de Deus e o testemunho de Jesus Cristo são as razões pelas quais João foi
exilado na ilha de Patmos (v.9) e, também, o motivo por que os crentes são
perseguidos hoje em dia (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2013, p. 758).
O primeiro parágrafo conclui com a primeira bem
aventurança (v.3), das sete citadas em toda a obra (14.13; 16.15; 19.9; 20.6; 22.7,14),
sendo bem aventurado o que lê e os que ouvem as palavras proféticas e as
guardam, isto é, os que obedecem e praticam (SILVA, 1997).
João, autor do livro de Apocalipse
Os versículos 1, 4 e 9 são fundamentais para
compreender que o apóstolo João é o autor do livro, sendo estas referências consideradas
provas internas referentes à autoria da obra de Apocalipse. Já os pais da
Igreja, assim como os primeiros teólogos da era cristã determinaram que o
discípulo amado, é o escritor do livro de Apocalipse, fato também ratificado
como veracidade por Euzébio, o grande historiador, sendo estas definidas como
provas externas da autoria do evangelista João.
Portanto, com as provas internas e externas pode
concluir que João é o escritor humano, enquanto o Senhor Jesus é o Escritor
Divino.
Obra endereçada às sete igrejas da Ásia
O versículo 4
além de descrever nitidamente o autor do livro também apresenta as sete igrejas
como receptoras da obra, sendo elas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardo,
Filadélfia e Laodicéia.
A estas igrejas
o evangelista João deveria escrever não apenas as cartas a elas endereçadas,
mas de fato todo o livro deveria chegar ao conhecimento de todos os membros
presentes nestas igrejas.
A igreja é a composição de judeus e gregos daí a
compreensão da saudação ser graça, direcionada aos gregos e paz, termo
direcionado aos judeus.
Jesus o glorificado
Apocalipse 1.5. No versículo
5 Jesus é apresentado como a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o
príncipe dos reis da terra.
1.1- Jesus a fiel testemunha. Testemunha corresponde a alguém que vê que sabe e que
fala, logo, Jesus como testemunha fiel transmitiu de maneira autêntica a mensagem
do Reino sem omitir a sua missão (SILVA, 1997).
1.2- Jesus o primogênito dos mortos. Há três tipos de ressurreição: ressurreição de mortos
(alguns em especiais, exemplo Lázaro), ressurreição dentre os mortos (exemplo,
Jesus, aqui se encontra a explicação porque Jesus é o primogênito, pois a
ressurreição dentre os mortos corresponde com aqueles que ressuscitarão e nunca
mais morrerão, logo, Jesus é a primícias dos que dormem no Senhor), e, a ressurreição
dos mortos (ressurreição para a condenação eterna).
Apocalipse 1.8. O versículo 8 apresenta Jesus como o Alfa e o Ômega, o princípio e o
fim, o que é, e que era e que há vir, o Todo-Poderoso. O presente versículo tem
como objetivo, conforme os títulos de Jesus Cristo citados, descrever a
eternidade do Messias.
Apocalipse 1.13. Jesus é apresentado no meio dos sete castiçais, com semelhança ao Filho
do Homem, vestido com vestido comprido e cingido com cinto de ouro.
No meio dos castiçais
indica que Jesus é o centro, isto é, Jesus é a figura central. Já o termo Filho
do Homem indica a humanidade do Verbo, isto é, a encarnação do Verbo. No que se
refere o vestido comprido cingido pelos peitos com um cinto de ouro, descreve a
forte relação da autoridade sacerdotal judiciária de Cristo (SILVA, 1997).
Apocalipse 1.14. Jesus é apresentado com cabeça e cabelos brancos como lã branca e olhos
como chama de fogo. Os elementos presentes descrevem dois atributos de Jesus:
eternidade e santidade; além de apresentar a sua divindade.
Os olhos de Cristo são como chama de fogo. Isso indica
Sua justiça, assim como Seu juízo sobre todas as coisas impuras IDn 10.6; 1Co
3.13) (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2013,
p. 760).
Apocalipse 1.15. Jesus é apresentado com os pés semelhante ao latão reluzente e como voz
de muitas águas. A transformação do metal corresponde ao grau de temperatura no
qual foi inserido, o que no caso de Jesus corresponde ao sofrimento no qual Ele
enfrentou na cruz para salvar a humanidade. Já a voz de muitas águas pode ser
definida pela multiforme ação Divina em falar com os teus.
Apocalipse 1.18. Jesus é o que vive e foi morto e tem as chaves da morte e do inferno. A
descrição, o que vivo, expressa a ressurreição de Jesus, fato que corroborou as
palavras, a vida e a morte do Messias no Calvário. Enquanto, a descrição “tenho
as chaves” corresponde com a autoridade de Jesus sobre a morte e sobre o
inferno.
As
chaves da morte e do inferno apontam para a autoridade de Cristo sobre aqueles
que morreram fisicamente e sobre os seus lugares atuais de descanso, os quais
serão esvaziados na época do juízo do grande trono branco (Ap 20.11-15) (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, 2013, p. 760).
Portanto, ao analisar o livro de Apocalipse tendo como
referência o versículo 19, percebe-se que a obra por completa se divide em três
partes: as coisas que tens visto (É a primeira parte do livro e se refere ao
passado, ou seja, o que já aconteceu); e as que são (A segunda parte
corresponde com o presente, isto é, as coisas que estavam ocorrendo nos dias do
evangelista), e as que depois destas hão de acontecer (Aqui percebe a terceira parte
que transcreve as revelações das coisas futuras).
Referência:
RADMACHER,
Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora
Central Gospel, 2013.
SILVA, Severino Pedro. Apocalipse, versículo por versículo. Rio
de Janeiro: CPAD, 1997.
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